Caminhos

Delicio-me ao ver todos os caminhos, nada aprazíveis, que me trouxeram até aqui. Nada afáveis. Nenhum pouco apetitoso. Não foi aquela caminhada cheia de paisagens contemplativas. Mas em toda estrada sempre existe aquela violetinha no meio do asfalto, que nos mostra o quanto a vida pulsa em todos os lugares. A minha foi àquela chamada: amizade. Confesso que não sou cheia de amigos, mas os pouquíssimos que tenho me trazem forças, energias boas, ou apenas orações (para alguns), de perto ou à distância. E aqueles que não podemos chamar apenas de amigos, mas de família, muitas vezes não demonstro o quão preciosos são, talvez por tanta proximidade e convívio. Mas são eles que sem ao menos uma palavra, ou toque, passam o amor incondicional que têm por mim.
"Meus caminhos me trouxeram até aqui", isso é bem verdade. De certo vieram algumas consequências inesperadas de atos não planejados. O hoje é apenas a consequência de algo que foi feito ontem. Porém qualquer um pode escolher mudar sua própria caminhada, seja o modo como você a vê, a maneira de cada passo, a sua motivação pra tal, ou simplesmente parar e tomar outro rumo. Aquilo que dizem "você tem que pensar muito bem o que fará daqui pra frente, você terá isso para o resto da vida, e blá blá blá", pode ser mentira. Uma carreira, uma faculdade, um relacionamento amoroso, tudo isso é descartável sim. Não digo no sentido de "nada vale a pena", não, muito pelo contrário. Eu digo no sentido de que nada disso é eterno; essa mania de que só pq você escolhe algo na sua juventude (ou em qualquer época), não significa que terá que carregá-la para o resto da vida, como se fosse um fardo. Todos têm o direito sim de "largar" algo que não, na nossa "humilde" opinião, nos convêm. Como diz uma frase de Osho: ‎"Sempre que houver alternativas tenha cuidado. Não opte pelo conveniente, pelo confortável, pelo respeitável, pelo socialmente aceitável, pelo honroso. Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as consequências."